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Ex-presidentes da SBIS destacam desafios e avanços na saúde digital em audiência pública na Câmara dos Deputados

Ex-presidentes da SBIS destacam desafios e avanços na saúde digital em audiência pública na Câmara dos Deputados

Na última quinta-feira (28), o plenário 7 da Câmara dos Deputados foi palco de um debate sobre os avanços recentes na saúde digital no Brasil. Promovida pela Comissão de Saúde a pedido da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), presidente da Subcomissão de Telemedicina, Telessaúde e Saúde Digital, a audiência pública contou com a participação das ex-presidentes da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Dras. Beatriz de Faria Leão e Heimar Marin, além de especialistas da área. Beatriz e Heimar participaram de forma remota

A deputada Adriana Ventura destacou, conforme a Agência Câmara de Notícias publicou, que a transformação digital na saúde é um caminho irreversível, proporcionando maior acesso a tratamentos e ampliando a cobertura de serviços médicos, especialmente em regiões remotas. No entanto, ela alertou para os desafios da implementação dessas tecnologias, como financiamento, governança de dados, capacitação de profissionais e políticas públicas adequadas.

Em entrevista ao Portal da SBIS, a Dra. Beatriz de Faria Leão enfatizou a relevância do debate conduzido pela Câmara. “É muito importante ver o Parlamento liderando esse diálogo, envolvendo a sociedade e tratando de questões fundamentais como privacidade, prontuários eletrônicos e o uso de inteligência artificial (IA) na saúde”, afirmou.

Professora Dra. Beatriz de Faria Leão afirma que precisamos de uma política pública já.

Professora Dra. Beatriz de Faria Leão afirma que precisamos de uma política pública já.

 

No evento, Beatriz abordou a urgência da formação de recursos humanos qualificados. Segundo ela, o Brasil está atrasado em capacitação nos três níveis recomendados pela Sociedade Internacional de Informática em Saúde: inicial, intermediário e especialista. O Nível inicial, segundo ela, é voltado a todos os profissionais de saúde, que devem receber treinamentos básicos durante a graduação ou em cursos de extensão. O nível intermediário é a formação de especialistas e mestres, com a criação de mais programas no Brasil. E o nível de especialista é considerado o maior desafio, com pouquíssimos cursos de doutorado disponíveis no país.

Beatriz defendeu políticas públicas para estimular profissionais a se qualificarem no exterior e trazerem esse conhecimento para fortalecer o cenário nacional. “A minha mensagem foi clara: precisamos de uma política pública já. Mandar profissionais para doutorados fora do país é essencial para que possamos construir programas sólidos aqui”, afirmou.

“Tudo repousa na qualidade dos dados”

Professora Dra. Heimar Marin: “Hoje, quem faz a interoperabilidade é o próprio paciente"

Professora Dra. Heimar Marin: “Hoje, quem faz a interoperabilidade é o próprio paciente”

 

A Dra. Heimar Marin destacou a importância do movimento liderado pela Câmara, alinhado às tendências globais. Ela explicou a diferença entre saúde digital e informática em saúde, conceitos frequentemente confundidos. “A informática em saúde é um guarda-chuva que abrange diversas áreas do conhecimento, como medicina, enfermagem e odontologia. Já a saúde digital leva esses recursos diretamente ao cidadão, tornando-se ainda mais complexa por demandar um entendimento de como a população utiliza essas ferramentas”, afirmou.

Em sua participação, Heimar também abordou a necessidade de melhorar a interoperabilidade dos sistemas de saúde no Brasil. “Hoje, quem faz a interoperabilidade é o próprio paciente, que precisa repetir sua história clínica a cada consulta”, criticou. Segundo ela, iniciativas como o uso de ferramentas de avaliação do engajamento cidadão em tecnologias de saúde, já validadas em países como Israel, devem ser adaptadas ao contexto brasileiro.

Outro ponto levantado por Heimar foi a qualidade dos dados inseridos nos sistemas de saúde, essencial para algoritmos de inteligência artificial e sistemas de apoio à decisão. “Tudo repousa na qualidade dos dados. O profissional que insere as informações no sistema precisa entender a importância desse processo”, alertou. Ela destacou que, em um país multifacetado como o Brasil, a formação de especialistas e doutores deve ser ágil e orientada para atender às demandas do mercado.

Assista aqui, na íntegra, o Seminário Avanços Recentes na Saúde Digital

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