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Discurso de abertura do Presidente da SBIS, Antonio Lira, no XX Congresso Brasileiro de Informática em Saúde (SBIS)

Boa tarde a todas e todos! Sejam benvindas e benvindos ao nosso XX Congresso Brasileiro de Informática em Saúde.

Desde já meu agradecimento pela presença de todos vocês neste Congresso que é tradicionalmente a maior reunião científica da área de Informática em Saúde no nosso país. Ele é fruto de muito trabalho de um grupo voluntário e abnegado à área e que mantém com muito orgulho a história de 37 anos de atividades da SBIS (faremos 38 no próximo dia 19 de novembro, data do I CBIS, realizado na cidade de Campinas/SP, onde se deu a fundação da Sociedade) e é fruto de um trabalho verdadeiramente multiprofissional das áreas da Saúde e da Informática em todas as suas instâncias: pública e privada, acadêmica ou de prestação de serviços. Essa é a nossa essência e vocação ao longo desses anos.

Ao fazermos uma reflexão retrospectiva, podemos constatar que tivemos muitos avanços, acompanhando a evolução da área ao sairmos da informatização puramente administrativa e adentrarmos na informatização assistencial dos serviços de saúde.

– Vimos o surgimento da utilização de computadores de grande porte para a informatização dos registros não integrados dos atendimentos departamentais (fundamentalmente hospitalares), do processo fabril dos exames laboratoriais, do processamento das imagens médicas. Vimos a evolução da integração destes sistemas isolados a partir de bases de dados estruturadas na clássica estruturação modular dos sistemas de informação em saúde.

– Vimos o advento dos microcomputadores acelerar a captura de sinais biológicos e informatizar os métodos gráficos, a construção de algoritmos de sistemas especialistas (uma espécie de pai da IA) e permitir uma explosão de soluções para serviços médicos, odontológicos, farmacêuticos. Vimos a interconexão destes microcomputadores em rede, o processamento descentralizado por diferentes sistemas, a internet. Vimos a evolução dos sistemas departamentais dos registros clínicos passarem a Prontuários Eletrônicos médicos, do paciente e tornarem-se mais recentemente Registros Eletrônicos dos Indivíduos, fruto do desenvolvimento de padrões de informação em saúde. A evolução da Bioinformática e da Genômica coroando a possibilidade da medicina personalizada

– Neste momento da era da saúde interconectada, vimos consolidarem-se a telessaúde e o monitoramento remoto por dispositivos móveis vestíveis e implantáveis. Fomos introduzidos à realidade do processamento em nuvem e dos aplicativos móveis de saúde, aos conceitos de big data, Processamento de Linguagem Natural e Inteligência artificial. Aos desafios da segurança cibernética, das trocas eletrônicas em Saúde e da conectividade global da saúde. Enfim, fomos apresentados à Saúde Digital.

Por outro lado, gostaria de relembrar outro nascimento: fruto da renovação política do nosso Estado, a Constituição Cidadã de 1988, a maior conquista civilizatória deste país, fruto da Reforma Sanitária Brasileira  que congregou academia, profissionais de saúde, gestores e sobretudo os movimentos populares para a criação do nosso Sistema de Saúde, o SUS que é para todos e rege todas as estruturas de saúde sobremaneira os serviços públicos e pela regulação da saúde suplementar, os serviços privados. O SUS é de todos e para todos! Vale ressaltar a proximidade histórica do SUS e da SBIS, não por acaso. E quero demarcar isso afirmando e esclarecendo que a SBIS atua para a Saúde deste país neste conceito amplo do SUS; contando com o saber de todos que abraçam os avanços tecnológicos de informação e comunicação para a Saúde,  focada em ser uma associação científica e não lucrativa, distante dos conceitos que nos associam a uma atuação de mercado e privada. A melhor prova disto é este congresso que de fato vem congregando as várias matizes das entidades, empresas e profissionais voltados à busca e troca de conhecimentos e boas práticas no universo da Saúde Digital.

Isto posto, é com muita alegria que saúdo assim as representações governamentais, as empresariais, os corpos docentes e discentes das representações acadêmicas  públicas e privadas, os profissionais da área de informática e afins, os colegas de todas as áreas/disciplinas de atuação em Saúde, os nossos palestrantes convidados nacionais e internacionais que acolheram o nosso convite para fazermos juntos mais um momento de avanço histórico neste desafio de todos: incorporar ao nosso Sistema de Saúde os saberes que aqui serão discutidos na esfera desta área de conhecimento científico. Vem daí o tema do nosso Congresso ser:  Saúde Digital – Saúde para todos.

Finalizando, gostaria de agradecer ao Professor Juliano de Souza Gaspar, à Profa. Grace Dal Sasso, presidente e vice-presidente do Congresso e às Profas. Juliana de Souza Zinader  e Rejane Faria Ribeiro Rotta, coordenadora e vice coordenadora da Comissão Científica do Congresso e a todos os colegas da Diretoria da SBIS pelo empenho na organização do CBIS XX.

Tenho certeza de que todos poderão aproveitar esses momentos para aprofundarem a aprendizagem e se inspirarem com as experiências trocadas para melhor contribuir com o progresso da Informática em Saúde, da Saúde Digital, do nosso SUS, de nossas instituições de ensino, de nossa comunidade e do nosso país

Assim, declaro abertos os trabalhos do 20º. Congresso Brasileiro de Informática em Saúde!