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Jornada de Saúde Digital reuniu especialistas em São Paulo, para discutir inovação, ética e equidade na era da saúde digital

Jornada de Saúde Digital reuniu especialistas em São Paulo, para discutir inovação, ética e equidade na era da saúde digital

Evento da SBIS ocorreu no InRad/FMUSP, em São Paulo, e debateu o papel da Inteligência Artificial e da Interoperabilidade na transformação do cuidado em saúde

Confira AQUI a galeria de fotos do evento.

A capital paulista foi palco, nos dias 9 e 10 de outubro, de um dos principais encontros do calendário da saúde digital no Brasil: a 2ª Jornada de Saúde Digital, promovida pela Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), em parceria com o Hub InovaHC e a MOSO. Realizado no Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da FMUSP (InRad), o evento, que combinou formatos presencial e online, reuniu mais de 40 especialistas da academia, do setor público e privado para discutir o tema “Inteligência Artificial e Interoperabilidade no Cuidado Centrado na Pessoa”.

A programação científica da Jornada foi marcada pela integração entre ciência, tecnologia e prática clínica. Para Grace Terezinha Marcon Dal Sasso, presidente da Comissão Científica do evento e vice-presidente da SBIS, o foco esteve em demonstrar como as inovações estão sendo aplicadas na rotina do cuidado em saúde.

“A programação foi cuidadosamente preparada com o tema principal de integrar a inteligência artificial com a interoperabilidade. Trouxemos uma série de expertises apresentando o que há de mais avançado nessas aplicações, mas sempre com um olhar prático: como isso se traduz na melhoria do cuidado ao paciente”, destacou Dal Sasso.

Entre os nomes presentes, estiveram Lucila Ohno Machado (Yale School of Medicine), Marco Bego (InovaHC e HCFMUSP), Clarice Savastano (HCFMUSP), Jussara Rötzsch (HL7 Brasil), Alexandre Chiavegatto Filho (USP e Unicamp), Ana Estela Haddad (Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde), Cristina Balestrin (Saúde Digital para a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo) e Heimar Marin (SBIS). Os debates abrangeram temas como modelos preditivos em grandes bases de dados, regulação da IA, cibersegurança, atuação de startups, hospitais inteligentes, dispositivos médicos conectados e medicina de precisão.

Políticas públicas e regulação da IA
As discussões também abordaram os desafios regulatórios e éticos da aplicação de inteligência artificial na saúde pública. A Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, referência nacional em saúde digital, destacou a importância de conciliar inovação com responsabilidade social e soberania tecnológica.

“Conversamos sobre o Projeto de Lei 2338 e sobre como o Ministério da Saúde e o SUS já vêm utilizando a inteligência artificial com cautela, sempre com o olhar voltado para uma saúde digital soberana, ética e segura”, afirmou Haddad.

A regulação, segundo ela, deve acompanhar o avanço tecnológico sem restringir a inovação, mas garantindo que as soluções sejam desenvolvidas com transparência, equidade e proteção de dados.

Hospitais inteligentes e equidade como princípio da inovação
O diretor do InovaHC e do HCFMUSP, Marco Bego, apresentou a experiência do Command Center, sistema inteligente de gestão hospitalar que integra dados em tempo real para otimizar processos e melhorar o atendimento.

“O evento está incrível, discutindo temas fundamentais como interoperabilidade e dados. Mostramos como o uso da inteligência artificial no Command Center contribui para decisões mais assertivas e para a eficiência operacional dos hospitais”, disse Bego, ressaltando a importância de eventos como o da SBIS para conectar tecnologia e gestão hospitalar.

A Jornada também trouxe um olhar social e ético sobre o impacto das novas tecnologias. Para o pesquisador e ex-deputado federal Odorico Monteiro, a inteligência artificial precisa ser pensada como instrumento de equidade.

“A IA pode produzir desigualdades ou pode gerar equidade. O desafio é garantir que, desde a programação de um software, se pense em como ele vai contribuir para a justiça social. Esse debate é essencial e a Jornada da SBIS é um espaço privilegiado para isso”, destacou.

Monteiro defendeu que as políticas públicas incorporem o uso ético e inclusivo da IA para reduzir iniquidades e ampliar o acesso à saúde de qualidade.

Um marco para a saúde digital no Brasil
Com cerca de 300 participantes presenciais e virtuais, a 2ª Jornada de Saúde Digital consolidou-se como um dos principais fóruns de discussão sobre transformação digital na saúde e reforçou a missão da SBIS de promover o avanço da saúde digital no país, estimulando a integração entre academia, governo e iniciativa privada.

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